segunda-feira, 22 de abril de 2013

Crítica: “Paramore”, o CD mais apaixonado daqueles que ainda são uma banda


Existe um futuro e ele é agora!


Foto: Reprodução

Quando foi anunciada a saída dos irmãos Farro do projeto, muito se questionou sobre os rumos que os três integrantes restantes tomariam, qual o estilo a seguir e as diretrizes a serem tomadas. Mas nada mudou. Com o lançamento do 4º álbum de estúdio, Paramore prova mais do que nunca que é uma banda!

Some of us have to grow up sometimes…

É claro que se esperava que os garotos usassem a polêmica saída dos integrantes como tema principal do novo trabalho. Mas além de “Monster” (música lançada após “Brand New Eyes” e que ficou de fora de qualquer material físico), não houve qualquer menção do caso de forma explícita.
Lançado dia 9 de abril, o CD que leva o nome da banda tem uma proposta diferente dos anteriores e isso não soou como uma novidade para os fãs, já que a vocalista Hayley Williams declarou abertamente a influência de Michael Jackson em algumas canções. “Ain’t if fun” e “Still into you”, as mais pops de todo o conjunto, apresentam características diferentes de todas as outras, como os coros que acompanham a voz de Williams – em um tom já diferenciado. Mais percursionista, a batida foi acelerada provocando um ritmo dançante que junto com repetições de estrofes causa um efeito chiclete.
Decepcionando os fãs ou não, a proposta de “Paramore” parte de uma faceta diferente da banda. As canções (principalmente quando se trata dos instrumentais e vocais) não soam irônicas ou desafiadoras e sim mais românticas e carismáticas. As tradicionais baladas-partem-coração, marca registrada da banda (“We are broken”, All I wanted” e a incrível “The Only exception”) foram substituídas pela lenta e quase que uniformemente cantada “Hate to see your heart break” e “Proof”, uma carta apaixonada que se não fosse pela quantidade de BPM (beats per minute ou batidas por minuto) soaria desesperadora!
As interludes “Moving on”, “Holiday” e “I’m not angry anymore”, tocadas em um Ukelele e interpretadas docilmente por Hayley funcionam como uma história se ouvidas em sequencia porém não tem função importante quanto à separação das temáticas/blocos do CD.
Destaque para o primeiro single “Now”, que abriu com excelência os trabalhos de divulgação do álbum, “Part II”, a continuação de “Let the flames begin” do álbum Riot! e ”(One of those) Crazy girls”, uma divertida declaração de amor quase psicótica que combinou perfeitamente com os vocais agudos e afinados de Hayley.
Em resumo, é importante lembrar que para julgar a qualidade de um álbum, é necessário saber a sua intenção. Levando em conta as situações passadas recentemente pela banda, pode ser considerado um material altamente despretensioso, com a intenção de fugir de toda e qualquer ligação com o que foi, um dia, um problema. Divertido, corajoso e carismático, “Paramore” é o futuro que Hayley, Jeremy e Taylor tanto de declaram procurar.

Escrito por Murilo Vasconcelos (http://dammit.com.br)

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