sábado, 26 de janeiro de 2013

Resenha: CD Banda Uó – Motel

Primeiro álbum da Banda Uó é remix pop do que toca no rádio
'Motel' transita por sertanejo, axé, forró, funk, rap e tecnobrega 

Motel foi um dos álbuns mais esperados do ano na cena independente brasileira e chegou ontem aos ouvidos de muitos. Produzido por Rodrigo Gorky e Pedro D’Eyrot, integrantes do Bonde do Rolê, ao lado de Davi Sabbag (da própria Banda Uó)  o CD foi disponibilizado para compra no iTunes e no canal do Youtube da banda.
O trio de Goiânia chamou a atenção do público com o primeiro EP, Me Emoldurei de Presente pra te Ter, com faixas que transformavam hits de artistas como Rihanna e Willow Smith em tecnobrega. E Motel vem nesse segundo momento com difícil tarefa de suprir todas as expectativas que foram geradas com os lançamentos anteriores e shows apresentados, dizendo para todos que o sucesso da banda não é passageiro.
O álbum começa animado, “com fogo no rabo” como diz a primeira faixa Faz Uó, já conhecida pela legião de fãs, e tem todo o swing que a Banda Uó já mostra em apresentações, anunciando um álbum plural e heterogêneo.
A segunda faixa é Búzios Do Seu Coração e fala sobre a idolatria ao ser amado e os sentimentos que envolvem um relacionamento,  tema esse abordado durante todo o álbum, característica primária do brega e technobrega.
“Eu já estou cansado de esperar, se você não vem me avisa logo, que eu não te procuro mais…” é um dos trechos de Castelo de Areias,  faixa que representa o fim de um relacionamento e mostra outras influências da banda.
Em caráter de urgência, Vânia se apresenta e fala sobre uma prostituta que aceita todos os tipos de programa para te levar à loucura. Já Gringo tem claras referências do rap e da música eletrônica na década de 90, com batidas e letras repetitivas e “sampleadas”a track é grudenta e deixa bem clara que vai nos perseguir por ai em diversos sets.
Uma clara sátira do sertanejo universitário é Cowboy, a música que foge de tudo já criado até então em Motel e vem com a tarefa de trazer uma mensagem sobre amor e a traição, a assinatura da faixa já diz tudo “Todo corno merece o chifre que tem”.
Após muitas mudanças Malandro é a volta ao technobrega, se misturando com batidas eletronicas e deixando a voz da Mel ecoar na sua cabeça com o grito “Eu Goixto!“.
Negâ Samurai é uma lamanentação só, a perda do “boy” é o tema de lamentação da música, a participação de Preta Gil vem no momento em que a amiga liga para a outra, dando o conselho para esquecer, pois o  ”boy” não irá voltar.
I <3 Cafuçu é grudenta e repetitiva, assim como os technobregas das naves parenses, com trechos recheados de rimas baratas como “diga doutor essa questão, será que algum dia existira algum remédio para curar o seu coração”. Cavalo de Fogo da sequência com uma sonoridade novamente lenta e melódica, não deixando o álbum cair em apenas uma nuance.
Show da Rita é uma homenagem à diva dos presidiários, a performer Rita Radillac e vem com referências ao rap, em um papel comico pelo falsete nas vozes.
O brega corre nas veias de Mateus, Davi e Mel e a faixa Chorei mostra claramente isso, pois é a pitada de Forró no álbum, e traz lembranças de todo o sucesso que esse ritmo fez nos grandes há alguns anos, vai dizer que você não lembra do famigerado Falamansa?
Shake de Amor, é o enlace final do álbum, a faixa já agraciada pelos fãs, presenteia aqueles que ficaram decepcionados que outras versões, feitas antes pela Banda Uó, ficaram fora de Motel.
A banda teve seu sucesso marcado por covers, mas sempre deixando sempre sua criatividade marcada em cada nova faixa. Com esse álbum a Banda Uó conseguiu transcender e se consagrar um grupo divertido que circula por suas referências sem deixar de ser brega, cafona e safado, desafio que já tinha sido imposto por todos, comum quando se lança um novo álbum.

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